terça-feira, 5 de junho de 2012

Dois Poemas de Beira de Estrada.



Sambinha estrangeiro; 14/05/12 – 21:00



Me quis inteira,não me quis por mim
Como se eu fosse feira só pra tua rua
[como se eu fosse feira!]
e minha oliva feia por não ser jasmim 


e o verde no laço de fita que tão bem lhe fica
fosse menos verde por não ser carmim. 


Lá pro seu cinema
uma obra-prima 
que só se explica do meio pro fim
não tem cabimento
e faz você tão bem... 


melhor ouvir o vento.
Não me quis assim.


Tão fácil prometer amor a quem não tem.
-
Madrugada; 11/05/12 




De nada adianta meu corpo no teu,
à noite, às periferias!
é o beco o teu bosque, é a mágoa tua praia
te risco descalça do meu pensamento
coloco a cintura nas calças
pondero teu desbalanço...
pudera! o céu dessa tua cidade é hotel sem estrelas.

depois, 
manhã de lavanda,
pressinto nas coisas que caem dos olhos
enquanto ainda fechados
que o teu coração é pigarro do meu

ensaio um sorriso: 
até desvario meu
bagunça teu rijo critério

e qualquer sinal de improviso
[como eu fugir do soneto]
lhe cheira a mistério...

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