sábado, 19 de novembro de 2011

Enquanto eu bocejava; 10.11.11 - 21:52

Há dias em que a rua é falha
e o horizonte mestiça
a moça que cedo passa
muito atalha
e desperdiça

o céu pousado, em prumo!
e o cumprimento apertado
das mãos dos olhos do rumo
perdido num pouco bocado

do tempo do meu Planalto.

(deveras, a bruma disfarça
o lilás que ela curia)
enquanto fremem-lhe os olhos
na parada eterna do dia!

tem os braços aterrados;
[temo fitá-los, pela melancolia
a que o gesto remetia
e ela não via]

quando o véu de estrelas rubras
em verde-claro pejo veio
perco a rua, namorada,
e meu puro devaneio

acaba na esquina
entre a Alvorada e a vida
[que me distraía]
enquanto a menina ficava
e a curva
sumia.

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