Que chuva é essa que aqui me toma?
às costas toca enquanto enxuga o rosto
e jamais, jamais desemboca
além de meus bolsos.
Riscando à unha o céu minguado,
tende ao meu lado mais exasperado
mas pela rua passa, por mim...
e numa poça pousa.
Que chuva que jamais acaba!,
tanto me lava que já não a sinto
mas por razão qualquer não me encharca
toca apenas, e suo, e pingo.
Desritmada como esse poema
faço-me pequena e tombo a cada passo
como o silêncio da chuva fosse
embaraço ou pena.
Lindíssimo!
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