segunda-feira, 15 de agosto de 2011

De planetas e gravidade; 06.2010

Eu rotaciono meio às avessas, que senão fico tonta, e translaciono em torno até de estrela morta, contanto que me esquente. Mas por mais brilhante que eu lhe pareça eu não ilumino por mim, sou planeta. Sou meio assim como Plutão, menorzinha, meio duvidosa. Não tente me habitar, que eu já sou preenchida pelos vácuos e meteoros desse universo. Minha massa é pequena demais pra atrair qualquer coisa, a gravidade só me arrasta pra de um lado pro outro, nas galáxias por aí. Eu mal mantenho a mim em temperatura ambiente, vê se conseguiria lhe esquentar. Tenho órbitas que se embaraçam, e que não se findam, mas não estou perdida. Não gosto de estrelas cadente, mas tenho fascínio por nebulosas. Não tenho satélites, mas já houve de me apaixonar por uma das luas de saturno. Gosto do silêncio que me rodeia. Gosto mais ainda de não ter nome, de permaneçer alheia a qualquer descoberta, de não estar dentro de qualquer conhecimento. Gostaria de ver por aí um outro corpo astral que se juntasse a mim sem que a gravidade agisse sobre nós; ficasse por ficar.

E antes que eu esqueça há sim, em mim, vida.

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