Meu Deus! Os meus colhões,
Deixei-os no canto da sala
Juro que enquanto escrevo
O canto vem e me fala:
"-Abra o passo, no respiro
colhe um verso na fechadura
Que se escreve enquanto canto
Sei que dura.
E menina! Quantos dias
até o vento te fechar as cortinas?
Aproveita do espaço de dentro
Que o mundo amanhã assovia.
Porque lá fora foi embora;
Tudo foi enquanto
Colhe o dia ainda em hora
Olha e volta pro canto.
E não se importa com o atraso
Do relógio da cozinha
A casa inteira canta raso
Com o fato de você
[já dormir sozinha]
Mas não, não deixe a casa,
mesmo que por enquanto,
Se você abrir a porta, nunca mais volta.
E nunca mais os nossos quartos
Saberão ter os colhões
Do canto."
Nenhum comentário:
Postar um comentário