Que chuva é essa que aqui me toma?
às costas toca enquanto enxuga o rosto
e jamais, jamais desemboca
além de meus bolsos.
Riscando à unha o céu minguado,
tende ao meu lado mais exasperado
mas pela rua passa, por mim...
e numa poça pousa.
Que chuva que jamais acaba!,
tanto me lava que já não a sinto
mas por razão qualquer não me encharca
toca apenas, e suo, e pingo.
Desritmada como esse poema
faço-me pequena e tombo a cada passo
como o silêncio da chuva fosse
embaraço ou pena.
domingo, 18 de dezembro de 2011
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Uma coisinha à toa.
Certo, primeira e obviamente, isso não é um texto. É uma... Divulgação, por assim dizer. Sei que é chato, mas não acho que alguém leia esse blog mesmo. Acontece que entrei ainda há pouco numa espécie de consórcio com uma amiga em um brechó online que ela criou. As peças são no preço mais razoável possível(até porque nenhum adolescente nada em dinheiro, convenhamos), e super bem cuidadas, asseguro. Só checar, se se interessarem, já ajuda. Passar adiante é melhor ainda. :)
http://buyshit.tumblr.com/
http://buyshit.tumblr.com/
sábado, 19 de novembro de 2011
Enquanto eu bocejava; 10.11.11 - 21:52
Há dias em que a rua é falha
e o horizonte mestiça
a moça que cedo passa
muito atalha
e desperdiça
o céu pousado, em prumo!
e o cumprimento apertado
das mãos dos olhos do rumo
perdido num pouco bocado
do tempo do meu Planalto.
(deveras, a bruma disfarça
o lilás que ela curia)
enquanto fremem-lhe os olhos
na parada eterna do dia!
tem os braços aterrados;
[temo fitá-los, pela melancolia
a que o gesto remetia
e ela não via]
quando o véu de estrelas rubras
em verde-claro pejo veio
perco a rua, namorada,
e meu puro devaneio
acaba na esquina
entre a Alvorada e a vida
[que me distraía]
enquanto a menina ficava
e a curva
sumia.
e o horizonte mestiça
a moça que cedo passa
muito atalha
e desperdiça
o céu pousado, em prumo!
e o cumprimento apertado
das mãos dos olhos do rumo
perdido num pouco bocado
do tempo do meu Planalto.
(deveras, a bruma disfarça
o lilás que ela curia)
enquanto fremem-lhe os olhos
na parada eterna do dia!
tem os braços aterrados;
[temo fitá-los, pela melancolia
a que o gesto remetia
e ela não via]
quando o véu de estrelas rubras
em verde-claro pejo veio
perco a rua, namorada,
e meu puro devaneio
acaba na esquina
entre a Alvorada e a vida
[que me distraía]
enquanto a menina ficava
e a curva
sumia.
That's for you, inspirational thing; 05.11.11
Last time we met you had a funny moustache
and my nails would break so easily
from touching scats upon your face
and my fingers still hadn't met
their parents
they now use necklaces
well, everybody's a rebel those days
but what I really meant to say
was that you shouldn't dress like this if it ain't winter
or mention you were getting Cummings
while reading a bus
because once your goats ate me
and I've cut my hair without washing you out
since we no longer mess things up together
[but apparently, you still hadn't smoked all of your years]
mein lieber, once a girl fell from love
shall her skin grow and her pain rejoice
but last time we met wasn't all that long
ago, was it?
if it's my mind that you've always wanted
quit the part where you take my corpse to dinner
and live until your french is perfect
or you've forgotten
Oberst introduction to that selfish song
oh, selfish you,
next time we'll meet in graves
and my hands will keep on burning
while you nod
suddenly
cold.
and my nails would break so easily
from touching scats upon your face
and my fingers still hadn't met
their parents
they now use necklaces
well, everybody's a rebel those days
but what I really meant to say
was that you shouldn't dress like this if it ain't winter
or mention you were getting Cummings
while reading a bus
because once your goats ate me
and I've cut my hair without washing you out
since we no longer mess things up together
[but apparently, you still hadn't smoked all of your years]
mein lieber, once a girl fell from love
shall her skin grow and her pain rejoice
but last time we met wasn't all that long
ago, was it?
if it's my mind that you've always wanted
quit the part where you take my corpse to dinner
and live until your french is perfect
or you've forgotten
Oberst introduction to that selfish song
oh, selfish you,
next time we'll meet in graves
and my hands will keep on burning
while you nod
suddenly
cold.
Como ser manchete em manhã de cidade grande; 15.10.11
A pomba, emprumada e satisfeita,
do parapeito ainda a bruma namorava
e para cada transeunte que passava
erguia imunda, asa peito pena e cauda
quando seguia corpulenta senhorinha
ou apressada, bicava o pó no asfalto
ainda assim, atinava fluorescências
orgulhosas no pescoço imaculado
mas ao pousar janela altiva, por acaso
e ver migalhas de pão amanhecido
após semanas de estômago airado
propô-se então a matá-lo, envaidecido
pois se um salto a restringia ao vôo lento,
seria a fome a alçada ao suicídio.
do parapeito ainda a bruma namorava
e para cada transeunte que passava
erguia imunda, asa peito pena e cauda
quando seguia corpulenta senhorinha
ou apressada, bicava o pó no asfalto
ainda assim, atinava fluorescências
orgulhosas no pescoço imaculado
mas ao pousar janela altiva, por acaso
e ver migalhas de pão amanhecido
após semanas de estômago airado
propô-se então a matá-lo, envaidecido
pois se um salto a restringia ao vôo lento,
seria a fome a alçada ao suicídio.
Rascunho de cartografia d'alma podre; 25.10.11
Receio, ao meu recurso batido
retornar, querido amigo,
ah! mas que mentira dura é o assim chamar.
só por não ter mais vocativo
audácias tantas, amarguras,
das doiduras os resquícios
[que tua vaidade mantém quistos]
deixarei-os descansar?
Jamais! a vingança que aqui o trago
- que seja, em tom de enfado-
não é mais de meu agrado
fazê-la mansa ou minguar
quero um poema medonho
que atraia cada (teu) sonho
e apresente-o a seu par
e que este equivalente
seja monstro em tua mente
como à minha compactua
[um mar com que condigo]
ferrenha será a desgraça
quando deparares comigo
não mais sã que a tua loucura
mas o teu tormento trará
num momento que o pavor embaça
[que teu monstro com gosto empenha]
ao teu encontro comigo
e no próximo, meu amigo,
um verdadeiro vocativo
e um verdadeiro poema.
Soneto de aniversário; 28.09.11
Quando pequena ouvira
de minha precoce infância
mas como já grande criança,
nem sequer pequena eu era!
e às vésperas da mocidade
menina há tanto menina
encaminhei, clandestina
a ida infância à eternidade
talvez não no corpo impotente
nem na mente calejada
ou na dita palavra que mente
mas na alma, eterna pequena
que na infância abortada,
enterrou tanto poema.
de minha precoce infância
mas como já grande criança,
nem sequer pequena eu era!
e às vésperas da mocidade
menina há tanto menina
encaminhei, clandestina
a ida infância à eternidade
talvez não no corpo impotente
nem na mente calejada
ou na dita palavra que mente
mas na alma, eterna pequena
que na infância abortada,
enterrou tanto poema.
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